A autoaceitação e imagem corporal positiva são temas atuais, mas mais do que isso, necessários.
Para falar a respeito da temática, entrevistamos o Psicólogo clínico Eduardo Fortunatti. Ele nos forneceu uma visão bastante abrangente e interessante sobre esses tópicos.
Está imperdível. Confira…
O que você entende por autoaceitação e imagem corporal positiva?
Autoaceitação é o processo de conhecer, aceitar e valorizar a si mesmo como um todo!
Aprender a respeitar sua história e suas características olhando com amorosidade inclusive seus defeitos e imperfeições.
A imagem corporal positiva é parte importante do processo de autoaceitação, especificamente sobre como a pessoa se sente com relação ao seu próprio corpo e aprende a valorizá-lo respeitá-lo, cuidando dele de maneira saudável, apreciando-o pelo que ele faz por ela, em vez de apenas focar em sua aparência estética.
Como profissional de saúde, qual a sua visão sobre autoaceitação? As pessoas estão se aceitando mais ou menos nos últimos tempos?
Vejo dois pontos importantes sobre esse assunto. De um lado, percebo pessoas em grande sofrimento emocional por tentarem se encaixar aos padrões dos outros, comparando-se com pessoas e situações que não são do mesmo contexto que os delas.
De outro, percebo um movimento cada vez maior de pessoas buscando ajuda para quebrarem esses padrões e conseguirem viver confortáveis na sua própria pele. Aprendendo a se aceitar, cultivar suas potencialidades e adquirir hábitos mais saudáveis.
Na sua visão, como a autoestima e a autoconfiança contribuem para uma vida mais plena e saudável das pessoas?
A autoestima e a autoconfiança são fundamentais para uma vida mais saudável e plena.
Na medida em que o indivíduo tem por hábito se autoanalisar e identificar que em sua rotina está sempre se desenvolvendo e fazendo o melhor que pode com aquilo que tem, automaticamente cresce uma opinião positiva e motivadora sobre si e sobre a vida.
Assim, construindo uma boa autoestima, esse indivíduo consegue aumentar sua autoconfiança diante das dificuldades da vida e tornar sua personalidade mais forte! Adquire, por consequência, mais saúde e bem estar emocional.
Quais dicas você daria para que as pessoas passem a ter uma imagem corporal mais positiva a respeito de si mesmas?
Primeiro que se conheçam melhor, que identifiquem sua história e entendam o que lhes incomoda. Para poder então separar aquilo que se deve trabalhar para aceitar e aquilo que se deve agir para mudar!
Para aquilo que se deve aceitar: Construir uma rede de apoio com pessoas que validem seus pontos fortes e ajudem a suavizar e aceitar suas imperfeições. O processo terapêutico pode ajudar muito nessa autoaceitação e nesse processo de abraçar a si mesmo.
Para as coisas que devem mudar: criar um plano de ação encontrando prazer em uma rotina com hábitos saudáveis, buscando informação e ajuda para os itens em que deve melhorar, como a alimentação, o sono, os cuidados com a pele, momentos consigo mesmo e com as pessoas que gosta, atividade física e etc.
Aqui a terapia também pode auxiliar a identificar seus gatilhos e dificuldades para progredir nesse processo, para que a pessoa possa utilizar os recursos existentes a disposição para conseguir ser feliz na própria pele, alcançando a forma física e mental que lhe faça bem.
Alguma dica para lidar melhor com a pressão estética causada pelas redes sociais?
A dica é que as pessoas aprendam a utilizar esse recurso da comparação de forma saudável e justa!
Certamente lidar com a pressão estética das redes sociais pode ser desafiador, mas é possível criar limites de resiliência! Que se estabeleça limites claros para o tempo passado nas redes sociais.
Que a pessoa reserve períodos específicos do dia para verificar as redes e evitar o uso excessivo, fator que pode levar a comparações constantes e à ansiedade.
E, por fim, que direcione parte dessa energia e tempo em seus objetivos pessoais, em tempo de qualidade e com conexões reais!
Para finalizar, quando é chegada a hora de pedir ajuda profissional?
Quando os prejuízos emocionais, sociais e até físicos começarem aparecer talvez já tenha passado da hora de procurar ajuda.
Os efeitos que essas pressões e a falta de autoaceitação podem causar incluem a dificuldade de reconhecer seus pontos positivos, evitar lugares, roupas ou exposições, catastrofização, preocupações exageradas com a opinião dos outros e auto julgamento intensificado.
Tomem cuidado com os exageros e a falta de racionalidade ao tratar desses assuntos lembrando sempre que o maior interessado pelo seu bem estar somos nós mesmos e que sempre podemos aprender a olhar com mais carinho para nós e nossa história!
Aprender a amar inclusive nossas imperfeições e cultivar o que temos de melhor está extremamente relacionado a saúde mental e qualidade de vida. Afinal todos temos o direito de conseguir estar à vontade na própria pele!
Concordam?